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Reportagem

Morrer em paz Numa sociedade que apenas festeja os nascimentos, a morte e o sofrimento são tabus. Mas há quem escolha aproximar-se dos que vão morrer para tornar cada um dos seus (últimos) dias significativo. O objetivo é encontrar paz no seio da morte.
A maternidade tardia é uma opção na vida de cada vez mais mulheres e Portugal não escapa à regra. Com os avanços médicos ser mãe aos 50 quando muitas mulheres estão em pré-menopausa é hoje viável. O que muda, o que se mantém igual?
São os primeiros companheiros da vida uns dos outros. Repartem alegrias e tristezas. São como unha com carne. Ou então odeiam-se, com amesma força do sangue que os une. São... irmãos.
Há profissões em que o segredo é parte da alma do "negócio". E ocasiões em que este silêncio se torna um fardo difícil de carregar. Onde se guardam as confidências confiadas quando estas levantam questões morais ou valores de vida ou morte?
Um médico, um psiquiatra, um padre e um advogado confessam-se.
É um ritual iniciático que fica para sempre.
Homens e mulheres de três gerações partilham a sua primeira vez.
O que mudou — se é que algo?
...poucos serão os que se lembram do realejo do amolador ou do que fazia o funileiro. Fomos ouvir histórias de saberes que não passarão à próxima geração. Com eles, é umpouco do mundo que parte.
Há profissões que requerem um enorme sangue-frio. Um ex-director dos serviços secretos militares, um neurocirurgião, um jogador de póquer e um controlador aéreo contam como o controlo das emoções faz parte do seu dia-a-dias.
Começam a sair com 12, 13, 14 anos. A beber, a fumar, a ir à discoteca, mesmo que a lei não o permita . Em Lisboa, a zona de Santos, com «shots» a um euro, é o local escolhido pelos mais novos.
Quase um milhão de pessoas no nosso país trabalha a recibos verdes. O instrumento pontual que surgiu nos anos 90 e se tornou regra para benefício dos patrões tem uma única garantia: a ausência total de direitos. Este verdadeiro exército de recibos verdes encontra-se em todas as áreas da sociedade, vive amarrado ao dia-a-dia e tem como horizonte apenas o mês seguinte. Retrato de um universo onde só há «flexi» e nenhuma «segurança».
São portugueses e vivem em Bruxelas, onde trabalham nas instituições europeias. Hoje, poucos pensam no regresso, a não ser para uma reforma ao sol. Encontro com várias gerações lusas da «família Europa».
Foram ‘mulheres da vida’ durante anos - 5, 15, 30 -, mas acabaram por conseguir dar a volta. Hoje, perfeitamente inseridas na sociedade, têm emprego, aliança, cabeça erguida. Quatro histórias de mulheres que fizeram da rua a sua casa e têm hoje uma vida nova.
São meninas, mas já foram mães. São adolescentes, mas já têm filhos. Têm rosto de miúdas, mas histórias de gente grande. Duas gerações que podiam ser uma só.
Viagem aos quartos de visitas íntimas na Prisão de Vale de Judeus, onde os casais se encontram a sós.
Numa das zonas de Lisboa onde há mais prostituição de rua, um centro de acolhimento é procurado pelas mulheres que querem uma vida nova.
Os voluntários da associação Coração Amarelo oferecem apoio e companhia aos idosos que passam dias sem ver ninguém.
São vidas com altos e baixos, a dos maníaco-depressivos. Os bipolares oscilam entre a euforia e a tristeza.
Eles, os gigolôs, cedem favores sexuais a troco de dinheiro. Elas, as clientes, satisfazem fantasias. A gerir este negócio estão as agências de acompanhantes.
Texto de Bernardo Mendonça e Katya Delimbeuf
Sexo, afectos, prazer e família fazem parte da vida dos deficientes motores. É preciso aprender novos comportamentos e não ter medo de fracassar. Ao contrário do que muitos supõem, quase tudo é possível - embora seja diferente.
Os sobreviventes da maior comunidade de sexo livre da Europa refugiaram-se em Portugal. O seu guru, o pintor Otto Mühl, passou seis anos na prisão por pedofilia. Hoje, continua a viver a sua utopia.
* artigo publicado na revista francesa Courrier International, de 1/8/2003. Ver página
Esta é a história de Mark Tatum, um homem que perdeu a cara e «ganhou» uma prótese facial que mais parece uma máscara. Lembra alguma coisa?
Não é costume olharmos para a pessoa sentada ao nosso lado e tentarmos adivinhar o seu passado. Muito menos imaginarmos que aquele homem, aquela mulher, já terá feito da rua a sua casa, já terá sentido na pele a fome e o frio, já terá pensado que nunca mais iria conseguir dar um rumo à sua vida. Há quem consiga. Carlos, António, Virgínia e Vítor são quatro antigos sem-abrigo, que se reintegraram na sociedade. Recomeçaram.
Fotografia de António Pedro Ferreira
Entra-nos em casa desde o princípio do mês, a tentar domar o botão de uma camisa. Durante dois minutos, sustém-nos a respiração. O mundo torna-se subitamente silencioso, até que a pessoa no ecrã consiga realizar a tarefa que nós executamos sem pensar duas vezes. É um tempo diferente - é o tempo deles. Mas deveria ser também o nosso, para parar e pensar. Hélder é o primeiro de uma série de doze rostos que nos vão acompanhar durante um ano, para tentar contrariar a tendência dos números que colocam Portugal no vergonhoso pódio da sinistralidade rodoviária a nível mundial. Hélder, Henrique e Teresa são o rosto visível de uma geração que sofreu as consequências de uma guerra invisível, que lavra diariamente nas estradas nacionais. São, ainda, exemplos de coragem, que nos lembram que a vida pode mudar num instante - mas também, que é possível recomeçar. Os sonhos, os medos e os anseios de três heróis da vida real. Histórias de sobrevivência.
Em Lyon, uma dezena de cientistas, equipados com escafandros feitos por medida, estão em guerra contra a morte. Estudam nove dos vírus mais perigosos do Mundo, responsáveis por 13 milhões de mortes/ano. «O antrax não é uma questão de guerra bacteriológica, mas sim psicológica», explica a vice-presidente do P4.
Superstições, rituais, fetiches, amuletos constituem sinais da inquietação que povoa, dia a dia, a vida de escritores, políticos, actores, atletas. O que fazem para transformar a sorte numa aliada.

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TODOS OS TEXTOS © EXPRESSO | KATYA DELIMBEUF