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ÚNICA Nº 1833 -
15 Dezembro 2007
Noites
longas de gente miúda
Começam a sair com 12, 13, 14 anos. A beber, a fumar, a ir à discoteca,
mesmo que a lei não o permita . Em Lisboa, a zona de Santos,
com «shots» a um euro, é o local escolhido pelos
mais novos.
Texto de Katya Delimbeuf
Olho para o espelho, enquanto separo
o cabelo em duas tranças.
Será que passo por uma delas? Maquilhagem rosa nas pálpebras,
brincos grandes azuis turquesa, mini-saia de ganga por cima de umas «leggings» e
top cor-de-rosa. Sabrinas douradas, dois anéis, um com uma
flor azul, outro com uma estrela brilhante. Olho novamente o reflexo
no espelho. Será que pareço uma adolescente? Ou vou
parecer uma «cota» no meio dos miúdos em Santos?
Será que vou ser o Wally?
21h00 de sexta-feira 9 de Novembro, McDonald’s de Santos, em
Lisboa. Apesar de estar temporariamente em obras, é aqui que
muitos pré-adolescentes se juntam antes dos jantares de aniversário
na zona da D. Carlos I, seguindo depois para os bares na Rua das
Janelas Verdes, onde há «shots» porta sim porta
sim. Grupos de jovens entre os 12 e 15 anos fumam cigarros enquanto
esperam. Têm as conversas típicas da idade, falam de
testes, de professores, de «miúdas». «O
meu pai julga que eu só fumo três cigarros por noite»,
goza um. Agarro-me ao telemóvel - como todos deles -, e escrevo
uma mensagem. Tento passar despercebida. Olho para o relógio.
Também eu estou à espera.
O grupo põe-se em marcha. Próxima paragem: a Botica,
na Rua D. Carlos I, onde se acumulam dezenas de miúdos à porta
de cerveja na mão, e onde estes entram para jantar. O grupo
segue para o piso de baixo. Passam jarros de sangria, vinho branco
e cervejas, as bebidas habituais nestes jantares de anos. Mais tarde,
cantar-se-ão os parabéns. Ementa: qualquer coisa, desde
que regada a álcool. Sobremesa: «shots» nas Janelas
Verdes.
22h, R. das Janelas Verdes, quase ninguém na rua. Bar: Vaca
Louca. Preço do shot: €1 «É vodka e Pisang
Ambon», explica a empregada. Ao lado, a imperial custa €1;
ao lado ainda um cartão de 8 «shots» custa €9,5.
Um whisky novo custa €3. Até à meia-noite, os «shots» são €1
em Santos. Sai barato apanhar uma bebedeira. Das 23h às 4h
da manhã, é «happy hour». Encostada ao
balcão de um dos bares da R. das Janelas Verdes, passo perfeitamente
despercebida. Eles querem é saber de «shots»,
eu sou um adereço. Miúdos novos, com aspecto de 13,
14 anos e penteados «à morangos com açúcar» vêm à vez,
em grupo, «picar o ponto». Bebem-se rodadas de Orgasmos
(um «shot» de vodka, Carolans e groselha), ardem gargantas
com Kalashnikovs (vodka pura com uma rodela de limão e canela,
a que se pega fogo). «É bom para abrir os pulmões»,
explica um deles. As rodadas continuam, as primeiras «curtes» «rolam» na
pista. É o céu, este primeiro andar em Santos onde
não se dá por regras nem leis de adultos. Mas eis que
chega um, com uma proposta: «Boa noite, posso falar-vos do
cartão supernoite? Custa 10 euros e dá direito a 16
bebidas...» Cá fora, fumam-se os primeiros charros.
Já se bebe da garrafa - e seja de Porto Offley seja de Coca-Cola,
nelas cabe qualquer mistura. Fala-se mal, dizem-se muitos palavrões. «Aquele ‘shot’ bate
pra c...», diz uma miúda. «Bora beber ‘shots’,
bora!»
Os mais recentes dados do Instituto de Droga e Toxicodependência
(IDT), referentes a 2006, apontam para «um decréscimo
do consumo em todas as substâncias - álcool, tabaco,
drogas -, a nível nacional», assegura a investigadora
Fernanda Feijão, que acredita que «os adolescentes passam
por uma fase esporádica de consumos mais excessivos, mas depois
normalizam». Mas a realidade que se pode observar em Lisboa é mais
dura - pelo menos para alguns.
O núcleo de prevenção do IDT tem uma visão
menos optimista. Para Luís Anselmo, psicólogo do núcleo
há 11 anos, como para Mário Martins, o responsável,
o ‘cocktail’ «hábitos de consumo dos jovens» numa
sociedade consumista + pais demasiado flexíveis que «parecem
proibidos de se zangar com os filhos e lhes dizer que não» é =
a problema... «Uma das nossas principais preocupações é a
idade com que se iniciam os consumos. Os jovens de hoje têm
o pico de consumos mais cedo - com as consequências (físicas
e neurológicas) daí decorrentes.» E como fazer
ver a um miúdo que o álcool causa estragos a longo
prazo, se ele vive na «cultura do já» e a sua
reacção instintiva é «daqui a 10 anos
quero lá saber»? «O ‘shot’ é uma
forma rápida de se ficar pronto a conviver.» Esta atitude
perante o consumo não é mais que um reflexo da sociedade.
Mas «quanto mais tarde se iniciarem os consumos, menos tendência
terão para consumir», acreditam.]
Outra sexta-feira, 23 de Novembro, 21h. Um grupo de amigas de 14
anos prepara-se para sair. Madalena, Rita e Beatriz - que vai hoje
pela primeira vez à discoteca, comemorar os seus 14 anos -
estão no quarto de uma delas. Já estão vestidas
e maquilhadas para a noite. Ténis, calças de ganga
e uma roupa mais formal em cima compõem-lhes o visual, além
de quilos de base e rímel. Estão numa excitação
perante a perspectiva de ir ao Garage, onde Madalena e Rita já foram «umas
quatro vezes». «Nunca nos pediram BI», dizem. «Deixam
sempre entrar as raparigas...» No entanto, Beatriz confessa
ter medo que a barrem à entrada. Conhece pessoas que não
entraram no ABS, e depois, «há muitas rusgas». «Uma
amiga nossa, de 13 anos, foi apanhada e teve de ir para a esquadra»,
contam.
Uma mãe vai levá-las a Santos e outra irá buscá-las às
2h30. O ponto de encontro era o McDonald’s, «mas desde
que está fechado é a Botica». Às 22h30
apanhamos outra amiguinha em casa, que desce de cara sem pintura
e de rabo-de-cavalo. À chegada à D. Carlos I, a primeira
coisa que fazem é descer à casa de banho de uma pizzaria
e, diante do espelho, reforçar ou aplicar a maquilhagem. O
telemóvel nunca sai da mão, há sempre mensagens
a chegar e a partir. Enquanto se espera, há quem sugira que
o melhor «é ir ao indiano comprar litrosa» (uma
loja de conveniência onde os miúdos compram garrafas
de litro, que repartem entre todos). «Oh, não há Smirnoff...»,
lamenta um dos jovens. «Lá terão que ser ‘tremoços’...» (cerveja).
Deixamos este grupo, com o qual combinámos encontrar-nos mais
tarde no Garage, e damos um pulo ao ABS (discoteca Absoluto, na Rua
D. Luís I). Entrada: €6, com direito a bebida. Das três «discotecas
de miúdos» em Lisboa - Garage, ABS, Loft - há uma
escadinha etária: os mais novos vão ao Garage, que
tem fama de deixar entrar miúdos de 12 e 13 anos; os de 14,
15, 16 vão para o ABS; e o Loft tem uma média de idades
um bocadinho acima (na noite em que lá fui, pediram o BI ao
garoto à minha frente). No ABS, os sapatos colam ao chão
peganhento. As caras enganam. Não tendo ainda barba, se consegue
calcular a idade dos jovens. «Mas não têm todos
16 anos», garante Ricardo, que fala em rusgas passadas.
Rumo ao Garage, o paraíso da pequenada. São claramente
as caras mais novas que podem ser vistas no interior de uma discoteca,
com idades que andarão pelos 12, 13, 14 anos... Reencontramos
o nosso grupo de meninas, já bastante animadas - cruzo-me
com uma delas na casa de banho, sentada no chão, entre vaivéns à sanita.
Abordo um rapaz no bar, que diz ter 17 anos. «Não me
pediram BI à porta. Já sou um ‘habitué’.
Venho cá há 3 anos. Já apanhei uma rusga, mas
consegui safar-me.» Às 5h, quando de lá saímos,
o Garage continuava a abarrotar.
Maria - a mãe de Madalena, de 14 anos, e de Constança,
com 17 - considera-se uma mãe realista. Por isso, acha que «não
vale a pena proibir muito, senão eles mentem.» Tem consciência
dos excessos que se praticam desde cedo, mas vê as outras mães «mais
preocupadas com sexo e gravidez do que com álcool e tabaco.» As
filhas contam-lhe, «com naturalidade», que «as
amigas apanham bebedeiras de caixão à cova ou que se
ganzam logo de manhã...» Madalena teve uma amiga problemática, «que
com 12 ou 13 anos apanhou as primeiras bebedeiras e fumou os primeiros
charros». «E a mais velha tem amigos que com 14 e 15
anos já foram drogados à séria, com pastilhas
e com cocaína. Isto passou-se num liceu privado, mas no público
passa-se o mesmo», afiança.
Maria considera que desde o seu tempo de juventude pouco mudou, a
não ser talvez «a facilidade». «Hoje em
dia, nada se penaliza. É tudo fácil, é tudo
um bocadinho indiferente.» Em relação às
duas filhas, a idade estipulada para as primeiras saídas foram
os 14 anos. Mas se Maria se embriagou pela primeira vez aos 28 anos,
a filha mais velha fê-lo aos 14...
«Já não me embebedo sempre»
Carolina já só fica «fora» com pelo menos
oito «shots». «Aliás, hoje já quase
nem bebo ‘shots’. Prefiro whisky e cerveja. E de whisky
também já estou um bocado farta», diz. Carolina
tem 16 anos e um «piercing» no lábio. É uma
adolescente «normal», de classe média, que mora
numa boa casa em Linda-a-Velha, que tem pais «normais»,
que anda na escola pública, onde é boa aluna, e que
sai desde os 13 anos. «Sair» é hoje, aos 16, um
ritual que se cumpre religiosamente todas as sextas-feiras, e quase
todos os sábados (o seu objectivo é «sair às
quintas, sextas e sábados»). «Comecei a sair aos
13, com uns amigos, para beber uns ‘shots’. De início,
o meu pai ia buscar-me às 3h da manhã. Agora saio há dois
anos na boa. Chego à hora que quero», conta. Isto significa
6-7 horas da manhã, segundo a mãe, Helena,
43 anos, empresária do ramo de hotelaria. Significa que «não
almoça com os pais, acorda à hora que quer, para horror
do pai, que se ‘passa’ com ela e lhe tenta impor limites».
Helena pensa que proibir é pior. Prefere guardar para si o
papel de confidente e amiga - assim sempre vai sabendo o que a filha
faz. «Sei que a Carolina fuma. E bebe. Tudo - inclusive bebidas
que eu nunca provei. Não é que eu encare com normalidade,
mas pouco posso fazer além de lhe dizer que faz mal...» Para
Helena, a condição é que a filha continue a
ser boa aluna. E como ela é aluna de 16...
Carolina está em sintonia com a mãe: «Quando
os pais proíbem é muito pior. Vejo por mim: quando
não podia sair todas as sextas-feiras, apanhava sempre bebedeiras.
Agora, que saio quando quero, já não me embebedo sempre.» «Não
tenho muitos amigos que tenham entrado em coma alcoólico»,
diz. No entanto, sabe explicar bem como lidar com a situação: «Ficam
muito brancos, começam a vomitar-se todos, damos-lhes chapadas
para não os deixar dormir, senão vão parar ao
hospital...» Aos 16 anos, Carolina já está «um
bocado farta de Santos», onde «a média de idades
são os 13, 14 anos». «Todas as sextas vejo miúdos
serem expulsos das discotecas por estarem demasiado bêbados»,
conta.
No ano passado, Carolina passou a ser Relações Públicas
(RP) do Loft. A mãe acha bem, é uma forma dela ganhar
dinheiro e, além disso, «ela conhece muita gente». «Dão-lhe
centenas de convites para distribuir, e um ‘x’ por cada
convite que é usado para entrar. Há noites em que a
Carolina chega a ganhar 100 euros, e gasta tudo.» Em quê?
A mãe acha que em tabaco. Menos preocupada com os efeitos
do álcool do que com as drogas leves - por recear que possa
levar a outros consumos -, o seu maior desgosto foi ter encontrado «uma
caixa cheia de erva» na mala da filha. «Sei que ela fuma
haxixe regularmente. Costumo até dizer que quando ela chegar
aos 18 já fez tudo...»
Carolina assegura que, sendo RP, não paga nada. «Os
rapazes pagam mais. Tenho um amigo que uma vez levou 600 euros para
a noite, para abrir garrafas nas discotecas. Cada uma custa 60 euros.
Por isso é que os miúdos vão a Santos embebedar-se,
porque as bebidas são mais baratas», explica.
E sexo e drogas, há? «Curtes e MD.» «Tenho
imensos amigos que se lembram de ter curtido com alguém na
discoteca, mas não se lembram do nome da pessoa ou da cara. É normal.
Não acho mal, desde que não seja todas as sextas-feiras.» E «há gente
a meter MD (mesmo princípio activo do MDMA - ecstasy, mas
em cristal líquido, que se pode beber ou inalar) e ácidos». «Eu
nunca meti», conta. «Não tenho curiosidade, e
não preciso.» Sexta-feira, 16 de Novembro, Cascais.
Pontos de paragem: Deck e a zona de bares em frente ao jardim, no
Largo de Cascais, e Bauhaus, no Monte Estoril (durante anos ex-líbris
das noites pré-adolescentes, com as ‘matinées’,
que acabaram este Verão). No jardim em frente ao Largo de
Cascais, a juventude está em peso até por volta da
uma. A essa hora, os mais novos rumam a casa e os mais velhos apanham
o comboio para Santos. É uma população de classe
média alta, bonita, arranjada.
Madalena e as amigas vêm para aqui todas as semanas. Têm
13 anos. Garantem que não bebem, mas em volta poucos lhes
seguem o exemplo. Garrafas de cerveja de litro, Smirnoffs e copos
de meio litro de sangria são o que mais roda. O chão
está pejado de garrafas, e ao fim de uns copos os miúdos
acusam o álcool. «Um colega nosso fez aqui o aniversário
no outro dia e a ‘prenda’ dele foi um coma alcoólico,
dos 14 para os 15», conta um. «A mãe teve que
vir buscá-lo.»
No interior do Bauhaus, jovens com caras e alturas que dificilmente
passariam no controlo dos 16 anos fazem charro atrás de charro.
A porteira, de 18 anos, garante já «não ter paciência
para putos». «As noites de sexta são sempre assim,
os miúdos não se sabem comportar.» «Então,
o chão está torto?», mete-se ela com uma rapariga
que já vem aos «esses». «Ainda a semana
passada uma menor foi dentro. Estava a discutir com o namorado, passou
a polícia, ela não tinha 16 anos... Eles andam sempre
por aqui, mesmo à paisana.»
O pior dia de uma mãe
E, no que diz respeito aos pais, que outras preocupações
têm? No caso de Patrícia Domingues, de 38 anos, o pior
dia da sua vida foi aquele em que o filho João Pedro lhe deixou
de responder às mensagens. É um acordo entre pais e
filhos - estes têm de responder sempre, nem que seja com um «ok».
Naquela noite, às 5h30 da manhã, perante o silêncio
do outro lado do telemóvel, Patrícia entrou em pânico
e foi para a porta da discoteca ABS à procura do filho. Suplicou
ao porteiro que a deixasse entrar, mas não o encontrou. Quando
chegou a casa, deu com ele no quarto, «que tresandava a álcool». «No
dia seguinte tivemos uma conversa séria». Afinal, o
João estava em casa desde a meia-noite e meia. Os amigos tinham-no
levado de táxi, porque «ao fim de 10, ou 11 shots» ele
já não conseguia andar sozinho. «A partir daí,
nunca mais apanhei uma grande bebedeira», garante. «Shots
nunca mais!» João começou a sair à noite
aos 15 anos, a idade fixada lá em casa. Francisco, o irmão
de 14, está ansioso para que chegue a sua vez de poder ir à discoteca.
A mãe faz questão de sair à noite de cada vez
que o filho sai. «Arranjo sempre vontade.» Não
para os mesmos sítios, para controlar, mas para sentir que
está num ambiente aproximado. Ela está na Bica, o filho
em Santos. O seu maior medo são «as drogas sintéticas.
E a coca, que anda nos meios mais jovens», desabafa. No espelho
da sua casa de banho tem coladas fotografias de todas as drogas.
Para que não seja por falta de informação que
os filhos se metam em alhadas. Patrícia, que foi mãe
jovem, tem com eles uma relação de proximidade e amizade,
mas há regras. Até acha que é das mães «mais
chatas» a nível de saídas.
«Bezanas, bubas, tosgas, carraspanas, cadelas, narsas, ardinas,
pielas, pifos, peruas, tubas e outros factos da vida.» É esta
extensa lista de sinónimos que chama a atenção
dos jovens no folheto «Copos - quem decide és tu»,
no quadro de uma campanha nacional de alerta e prevenção
do álcool feito através de uma parceria do IDT com
a Cruz Vermelha. Iniciada em 2006, com projectos-piloto em Lisboa,
Braga, Guimarães e Fafe, a iniciativa conjunta permitiu perceber
várias coisas, segundo os responsáveis do núcleo
de prevenção do IDT.
Uma é «que a transversalidade das idades das primeiras
saídas é um facto, de Lisboa a Guimarães»;
outra é que «os miúdos bebem essencialmente o
mesmo, tanto nos sítios urbanos como no interior, com excepção
talvez para a incidência do vinho». E, depois, fruto
da globalização e da democratização do
acesso - a roupa, televisão, Internet -, já não
há diferenças tão marcadas como antigamente. «É como
a droga. Hoje, está disponível em todo o lado.» «O
maior mito é a percepção dos miúdos de
que apanhar uma bebedeira por semana não tem mal nenhum.» O
que se pode fazer para prevenir? «‘Atacar’ muito
cedo - para que os miúdos saibam decidir por si, dizer que
não, resistir à pressão dos pares...» Cabe
aos pais impor «limites claros, discutidos, negociados. Haver
uma evolução gradual da liberdade. Deixarem que os
filhos mereçam a sua confiança. Nunca quebrar a comunicação.
Perceberem com quem o seu filho sai, e como sai». A adolescência
e a pré-adolescência podem ser a idade da afirmação
e da rebeldia, mas os pais não se podem demitir de ser pais.
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EM
SANTOS, os «shots» são a bebida de eleição
dos pré-adolescentes. A lei não é entrave para
ninguém

NUM QUALQUER espelho, as amigas de 14 anos maquilham-se

CAROLINA
despede-se da mãe

JOVENS em Cascais

O ‘SHOT’ é a bebida-ícone da zona de Santos.
João Pedro apanhou a maior bebedeira com 10 ou 11 anos, Carolina
já só fica ‘fora’ com oito

ATÉ À MEIA-NOITE, os «shots» custam
1 euro ...e o pico de consumo dos jovens acontece cada vez mais
cedo

EM
CERTAS discotecas as caras são visivelmente jovens, não
aparentando mais de 13, 14 anos





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